O crescimento do motociclismo e suas implicações
No Brasil, as principais causas de acidente no trânsito são o excesso de velocidade (26%), infraestrutura rodoviária (20%) e motocicletas (16%), sendo que o aumento deste último item não tem preocupado apenas os órgãos de trânsito do país, mas também a Organização Mundial da Saúde (OMS), que está convencida de que os motociclistas são os principais responsáveis pelos acidentes.
De acordo com Ailton Brasiliense, presidente da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), no ranking das maiores vítimas do trânsito os motociclistas ocupam a segunda posição. “Metade das pessoas que morre anualmente é pedestre. Em segundo lugar, e crescendo enormemente, estão os motociclistas. Há também uma questão que envolve o excesso de velocidade com ou sem álcool e da má habilitação”.
Um dos problemas apontados por especialistas para explicar o aumento dos índices de acidentes e óbitos envolvendo motos é o uso do corredor. Na tentativa de ultrapassar os carros, o motociclista utiliza este acesso e deixa de ser visto por, pelo menos, um dos três espelhos retrovisores que o motorista do carro tem à disposição, aumentando as situações de risco e a probabilidade de acidentes.
Outro problema que também pode ser ressaltado é a falta de instrução de alguns condutores. Uma pesquisa recente feita com acidentados no trânsito revelou que 70% dos motociclistas envolvidos em acidentes não possuíam carteira de habilitação, o que reflete outro dado, de que mais de 90% das pessoas que procuram uma autoescola para obter a carteira de moto já são motoqueiros.
Movidos pela necessidade do transporte rápido e eficiente – e também pelo baixo custo – muitas pessoas adquirem uma motocicleta sem saber quais são os perigos de conduzir este veículo e sem se preocuparem com uma direção responsável e defensiva.
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